Casos misteriosos: O desaparecimento de Rebecca Coriam #5
Angeline
Sim, dois dias depois esta rubrica volta porque...oras, porque me apeteceu e porque eu estou um pouco viciada na minha própria rubrica.
Hoje não será roubos ou assassinatos, mas o caso de uma pessoa desaparecida. Já vou avisando que é extremamente estranho e envolve uma das maiores empresas mundiais (e que eu adoro), o que o torna ainda mais interessante.
Rebecca Coriam nasceu a 11 de Março de 1987 na Inglaterra e desapareceu quando tinha 24 anos.
As pessoas descreviam-na como uma pessoa muito alegre, energética e positiva, o que lhe valeu, para além de outras coisas, um emprego num cruzeiro turístico da Disney chamado Disney Wonder, onde ela trabalhou durante alguns meses antes de desaparecer.
A 21 de Março de 2011, eles estavam atracados em Los Angeles e estavam a preparar-se para zarpar em direção ao México. Tudo estava normal e ela até publicou uma mensagem na cronologia da mãe que dizia:
Hey mãe, espero que estejas bem...vou ligar-te amanhã...tenho saudades tuas. Beijos
Infelizmente, esse telefonema nunca chegou a acontecer.
12 horas depois do navio zarpar, os pais dela começaram a ficar preocupados porque a Rebecca ainda não tinha telefonado, o que era estranho dela, porque ela era muito próxima dos pais e ligava-lhes constantemente.
Segundo o depoimento de alguns companheiros de bordo, na noite do dia 21 eles tinham ido ao bar do navio e ela estava muito feliz e divertida como sempre e a ultima vez que ela seria vista por uma pessoa foi às 2 da manhã do dia 22.
Na manhã seguinte do dia 22, o turno dela ia começar às 9h, mas ela nunca apareceu. Isso fez com que toda a gente começasse a ficar muito preocupada e começaram a chama-la pelo intercomunicador, verificaram o camarote dela e os sítios onde ela costumava estar quando estava fora do turno, mas não a encontraram em lado nenhum ou obtiveram algum tipo de resposta.
Um dos camaradas dela decidiu ir verificar as câmaras de segurança e às 5:45 da manhã as câmaras gravaram-na vestida com roupas super largas em que ela parecia estar muito desconfortável pela maneira como as puxava de si própria e estava ao telemóvel com alguém, sendo que a conversa não parecia estar a correr muito bem, já que ela parecia estar muito revoltada.
Na filmagem também apareceu um homem que se aproximou dela e perguntou se ela estava bem, ao que ela respondeu que sim e saiu a correr com as mãos na cabeça.
Demorou 4 horas para que o capitão do navio informasse a marinha americana de que um membro da tripulação tinha desaparecido, 5 horas para informar a marinha mexicana do mesmo, 7 horas para informar as autoridades das Bahamas, que foi onde ela desapareceu e nem voltaram para trás, para verificar se ela tinha caído do navio, o que é um protocolo seguido sempre que há essa suspeita ou possibilidade.
A Disney continuou o cruzeiro como se nada tivesse acontecido e voltou a Los Angeles no dia em que era suposto, o que mostrou um desinteresse por parte da empresa em descobrir o que raios aconteceu a um dos seus empregados.
Quando o navio chegou a LA, os pais já tinham sido informados do desaparecimento da Rebecca. Eles foram levados para o navio num carro com os vidros escurecidos, foram falar com o capitão, que lhes deu a cada um um bolo e disse-lhes que a Rebecca tinha caído do navio. Quando os pais pediram por mais detalhes, o capitão disse que eles tinham encontrado um par de chinelos no quinto convés junto da piscina da tripulação. Ele afirmou que a Rebecca tinha sido puxada para o mar por uma onda mais forte, mas os pais não acreditaram.
As Bahamas enviaram apenas um detetive que não fez nenhuma investigação forense e apenas entrevistou alguns membros da tripulação o que demorou apenas um dia. Depois de um dia, ele deu a sua investigação como terminada.
Os pais foram buscar os pertences da filha e quando lhe deram os chinelos, eles repararam que estava um nome - que não era da filha - escrito a caneta num dos lados de um dos chinelos, eles nem eram do tamanho dela e eram cor de rosa, cor que ela detestava, ou seja, aqueles chinelos nem eram da Rebecca.
O detetive deu a mesma justificativa que o capitão e os pais não aceitaram, então contrataram dois investigadores privados que até hoje estão a trabalhar no caso.
Num dos primeiros relatórios, os detetives escreveram que seria impossível ela ter sido arrastada por uma onda, já que a onda teria que ser de tamanho exorbitante para chegar perto das grades que mantinham as pessoas no barco, para não falar que a tal piscina de onde ela tinha desaparecido era no quinto andar do navio. Essa onda teria criado alguns estragos no navio, o que não aconteceu. E outra coisa que não faz sentido é ela ter sido arrastada para o mar pela tal onda, mas os chinelos terem ficado no convés.
A Novembro de 2011, um jornalista, Jon Ronson, contactou os pais de Rebecca e informou-os que ele ia embarcar no Disney Wonder e tentar descobrir o que tinha acontecido com a filha deles.
Ele fez algumas perguntas aos membros da tripulação e a respostas que mais o surpreendeu quando ele perguntou o que tinha acontecido à Rebecca, foi a de um homem que disse:
Eu não sei nada sobre isso. Isso nunca aconteceu e tu sabes que é essa a resposta que eu tenho que te dar.
Ele também foi ao 5º convés e logo percebeu que, logicamente, como os detetives responderam, era impossível uma onda ter chegado até ali sem causar danos ao navio.
A teoria de suicídio foi descartada pelos investigadores privados e pela policia das Bahamas, já que no quarto dela estavam alguns bilhetes para o DisneyWorld em Orlando com os quais ela queria surpreender os pais. Ou seja, ela estava a fazer planos para o futuro, então seria pouco provável ela ter cometido suicídio.
Os investigadores privados pediram à Disney as todas as gravações das câmaras de segurança daquele dia e a Disney demorou muito a entrega-las. Nas filmagem, diferente do que a Disney tinha dito antes, ela estava no 1º convés e não no 5º e não há filmagens dela a subir qualquer escada ou a entrar em qualquer elevador para ir para o 5º convés onde ela, supostamente, tinha sido arrastada para o mar.
Em 2013, os pais da Rebecca decidiram processar a Disney por terem falhado no seu dever de proteger quem quer que estivesse dentro do navio e por terem esperado tanto tempo para alertar as autoridades.
Em 2015 a Disney não foi tomada como culpada e até hoje as instigações continuam.